Um dos temas que vem ganhando cada vez mais atenção nos últimos anos é o ESG, ligado ao desempenho e impacto das empresas e instituições nas áreas de gestão ambiental, responsabilidade social e governança corporativa. Esta foi a base temática da primeira palestra do Encontro dos Conselhos das Profissões Regulamentadas, nesta quarta-feira (26).
Para tratar do tema “Função socioambiental dos Conselhos; excelência na governança e na gestão pública e o Índice de Avaliação de Governança Organizacional”, o palestrante Daniel Jezine – auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) – iniciou sua exposição pelo aspecto da governança.
Jezine apontou o potencial que uma boa governança tem de criar valor para as empresas, a partir do bom uso de recursos, da gestão de riscos e da geração de resultados. “É importante atentar-se para os mecanismos que balizam esse processo, como liderança, estratégia e controle, e como a gestão pode estar alinhada com esses pontos para alcançar resultados positivos”, disse. De forma bem-humorada, relacionou tudo isso a aspectos da vida, como forma de mostrar que as pessoas já praticam a governança em suas atividades cotidianas.
Ao passar para as outras áreas do escopo ESG, analisou como os três pontos são tratados de forma pouco equilibrada em eventos temáticos e pelas próprias empresas, quando na verdade podem se complementar se trabalhados juntos. Comentou também sobre a visão do TCU sobre o assunto, e a contribuição do órgão com um questionário que possibilita mapear a aplicação e evolução das práticas de sustentabilidade nas autarquias públicas.
Para dar uma dimensão prática ao assunto, Daniel analisou o resumo de autoavaliação de um dos conselhos membros do Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas, com atenção especial no índice ESG (iESGo) apresentado. “O que vale para a governança, vale para sustentabilidade e a responsabilidade social. Tudo Isso só faz sentido quando se transforma em resultado. Sem resultado, não se cria valor”, concluiu.
A palestra foi comentada no palco por Daniel Catelli, procurador federal e mestre em Administração Pública. Ele foi enfático em afirmar que o trabalho das empresas públicas em relação aos pontos da pauta ESG está previsto por lei, e que estruturas como o questionário do TCU contribuem para conduções melhores nesse âmbito. “O que é o ESG e o IESGO de fato? Dentre as várias coisas que devem ser feitas, é como ter uma lanterna no escuro, que incentiva a olhar para aqueles processos de trabalho, para que a máquina pública funcione de forma mais humanizada, coerente e sem desperdício de recursos”, afirmou o procurador.
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